O Corinthians está leve, solto, desencanado. Libertadores? Não serve nem para limpar a sola do sapato corintiano, declarou ontem seu presidente, Mário Gobbi.
Mas Tite sabe que a torcida quer, e muito, o título continental. Hoje à noite, contra o Deportivo Táchira, no Pacaembu, a equipe joga por um empate para garantir a primeira posição do Grupo 6 e, com isso, assegurar o direito de jogar em casa a decisão do primeiro mata-mata.
E, vencendo, obter a melhor colocação geral possível.
É a última meta do Corinthians antes do início dos jogos decisivos da temporada até aqui impecável, em que foi líder da primeira fase do Paulista e, com uma vitória hoje, ficará entre as melhores campanhas da Libertadores.
Matematicamente poderia até ter a primeira de todas as campanhas, o que lhe daria o direito de decidir no Pacaembu todos os jogos do mata-mata, inclusive a final.
Mas ainda há dois times que, com uma vitória simples, terminariam à sua frente, mesmo com um triunfo hoje ante o Táchira --o Fluminense e o Atlético Nacional, da Colômbia.
Por isso, Tite resumiu em uma frase o espírito de hoje. "Já estamos classificados, queremos vencer para ter uma posição melhor e tirar vantagem no regulamento."
Em outras palavras, nada de muitos planos ou contas. Afinal, ter a melhor campanha da primeira fase está longe de garantir o título, ainda mais na Libertadores.
"Eu não queria ter o Corinthians como adversário. Mas sei também que uma melhor classificação não credencia a nada. Libertadores é difícil. Há exemplos do próprio Corinthians enfrentando o Flamengo", declarou o treinador, referindo-se a 2010, quando o Corinthians fez a melhor campanha e foi eliminado pelo 16º colocado.
Neste século, aliás, o clube que fez a melhor campanha jamais levou o título.
O Santos, campeão em 2011, havia sido apenas o segundo do grupo. O Internacional, campeão em 2010, foi apenas o sexto melhor da primeira fase. Estudiantes, LDU e Boca Juniors, campeões em 2009, 2008 e 2007, respectivamente, também ficaram em segundo em seus grupos.
Tite reforçou as palavras do presidente, que afirmou que o Corinthians é maior que a Libertadores e que o título virá na hora certa. "É um discurso nosso, para passar ao torcedor. Temos que tirar aquela marca de obsessão."
Folha.com