Juros do cartão não caem há 30 meses

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Juros do cartão não caem há 30 mesesJuros do cartão não caem há 30 meses


Apesar da redução na taxa média de juros cobrada do consumidor em agosto, anunciada ontem, quem atrasa o pagamento da fatura do cartão de crédito paga os mesmos juros há dois anos e seis meses.    

Segundo levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a taxa média de juros cobrada do consumidor no rotativo do cartão de crédito, que é o limite usado quando o consumidor deixa de pagar a fatura integralmente ou em parte, ficou estável em 10,69% ao mês, ou 238,3% ao ano.    

É a mesma taxa cobrada desde fevereiro de 2010, apesar da queda da taxa básica (Selic), que hoje está em 7,5% ao ano.    

A taxa média de juros cobrada do consumidor passou de 6,12% ao mês em julho para 6,02% ao mês em agosto, a menor taxa de juros da série histórica iniciada em 1995.    

Nesse período, as taxas cobradas em todas as outras modalidades de crédito pesquisadas pela Anefac tiveram queda. Segundo a entidade, considerando todas as reduções da taxa básica de juros promovidas pelo Banco Central desde julho de 2011, com redução de 5 pontos percentuais, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 19,53 pontos percentuais, e de 121,21% ao ano em  julho de 2011 para 101,68% ao ano em agosto de 2012.    

Empresas 

  Para pessoas jurídicas, das três linhas de crédito pesquisadas todas foram reduzidas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica caiu 2,55% no mês, passando de 3,53% ao mês em julho para 3,44% ao mês em julho, também a menor taxa de juros para empresas da série histórica, iniciada em 1999.  

Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma redução de 10,97 pontos percentuais (uma redução de 17,97%) de 61,03% ao ano em julho de 2011 para 50,06% ao ano em agosto de 2012.  

Queda para 6,02% em agosto

 Pela sexta vez no ano, as taxas de juros das operações de crédito tiveram redução no mês de agosto, aponta pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O estudo, divulgado, ontem, mostra uma queda de 0,10 ponto percentual na taxa de juros média geral para pessoa física, passando de 6,12% ao mês, em julho, para 6,02% em agosto. Esse é o menor índice registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 1995.  

De acordo com a associação, as reduções podem ser atribuídas à melhora dos indicadores econômicos, assim como à redução da taxa básica de juros, a Selic, adotada pelo Banco Central, em 29 de agosto. Ainda em relação à pessoa física, das seis linhas de crédito pesquisadas, apenas as taxas do cartão de crédito rotativo ficaram estáveis (10,69% ao mês). As demais foram reduzidas.    

No comércio, as taxas para pessoa física diminuíram 2,15%, passando de 4,65% ao mês em julho (72,53% ao ano) para 4,55% ao mês em agosto (70,56% ao ano). Os juros do cheque especial também teve queda, de 0,25%, e ficaram em 8,05% ao mês. Os juros dos financiamentos de automóveis apresentaram redução maior, de 5,56%, passando de 1,80% ao mês em julho para 1,70% ao mês em agosto.  

A taxa de juros média geral para pessoa jurídica, por sua vez, teve redução de 0,09 ponto percentual em agosto, chegando a 3,44%. Em julho, o índice tinha ficado em 3,53%. Das três linhas de crédito pesquisadas nesse segmento, todas tiveram redução.    

A expectativa da Anefac para os próximos meses é que as taxas de juros continuem caindo, considerando as sinalizações do Banco Central em relação a novos cortes da taxa Selic. Outro fator que deve influenciar a queda é a perspectiva de que os índices de inadimplência diminuam no segundo semestre.    

População garante lucro

O aumento da base de consumo dos brasileiros e a mudança de comportamento da população do País  na hora de pagar as contas - com a preferência pelos cartões de crédito, débito e de loja em substituição às outras formas de pagamento - levou o setor a  ampliar o faturamento em 20% no segundo trimestre deste ano, com movimentação de R$ 191 bilhões.    

Cada uma das modalidades apresentou as seguintes evoluções: crescimento de 14% nos cartões de crédito; 19% de débitos e 12% nos de rede e loja. A comparação é com o mesmo período do ano passado. O crescimento ocorre apesar de os juros cobrados no cartão de crédito no Brasil serem os maiores da América Latina, de acordo com levantamento divulgado em julho pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste).  

A performance do setor foi anunciada ontem pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Claudio Yamaguti. Ele afirmou que há espaços a serem explorados para aumentar ainda mais este ritmo de crescimento. “O crediário é uma aposta e ainda tem um espaço enorme para utilização cada vez maior dos cartões de débito, o que é uma questão de hábito”, pontuou o dirigente.  

Com base nisso, segundo Yamaguti, a entidade refez os cálculos sobre a previsão de faturamento deste ano, com o crescimento passando de 20% para 21% e faturamento projetado de R$ 812,8 bilhões. O número de transações deverá alcançar 9,7 bilhões, com alta de 17% sobre 2011, e a quantidade de cartões chegando a 746 milhões, 9% acima de igual período do ano passado.    

No segundo trimestre deste ano, a utilização dos cartões resultou em 2,3 bilhões de operações, com aumento de 16% sobre o segundo trimestre de 2011, e o total de cartões distribuídos entre os consumidores somou 718 milhões, uma expansão de 9%.  

Isoladamente, o faturamento com os cartões de crédito atingiu R$ 111 bilhões, volume 20% maior do que o do segundo trimestre de 2011. A pesquisa mostra também que o ritmo de crescimento no uso dos cartões de débito foi maior, com receita de R$ 56,5 bilhões (alta de 23%) e total de transações de 2,3 bilhões (crescimento de 16%).  


Folha
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