Juiz Fernando Teles |
Sete acusados de envolvimento com irregularidades administrativas em Trairi, a 125 km de Fortaleza, tiveram prisões preventivas determinada ontem pelo juiz Fernando Teles de Paula Lima. O grupo é acusado de formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude em licitações realizadas no Município.
Euclides Andrade de Castro (ex-secretário de Finanças), Evaldo Luís Antunes, Manoel Carlos Oliveira, Gabriela Maria Chaves Souto (ex-membros da Comissão de Licitação da Prefeitura), José Eloísio Maramaldo Filho e Caroline Gondim Lima (advogados) foram presos na manhã de ontem. Neio Lúcio Ferraz Passes, também advogado, está foragido, de acordo com o site do Tribunal de Justiça.
Milionário
O Ministério Público diz que foram encontradas irregularidades em 33 procedimentos licitatórios, envolvendo a quantia de R$ 19.650.621,29. O ex-secretário de Finanças teria disponibilizado recursos e homologado as licitações fraudulentas.
Os ex-membros da Comissão seriam os responsáveis materiais pela execução das fraudes e os advogados teriam emitido pareceres jurídicos e concorrido às licitações. Segundo o MP, a Comissão funcionava “como verdadeira fábrica clandestina e inescrupulosa de produção criminosa em série de procedimentos licitatórios do ente municipal”.
Os denunciados terão o prazo de dez dias, a partir da citação, para apresentarem defesa escrita.
Acusados dos mesmos crimes, estão presos temporariamente: Maria das Graças Barbosa (secretária de Educação), Germana da Paixão Oliveira (secretária do Trabalho e Ação Social), José Evandro Cunha (secretário de Saúde), Márcio Alves Ribeiro (vereador e ex-secretário de Cultura), José Airton Ribeiro (secretário de Finanças), José Ademar Barroso (empresário) e Alexandre Pires Sousa (membro da Comissão de Licitação). O advogado Guilherme Araripe Nogueira, também acusado de envolvimento com as irregularidades descobertas em Trairi, está foragido.
A operação de ontem mobilizou as Polícias Militar e Civil no Município, além do Ministério Público, representado pelo promotor Ygor Pereira.
ENTENDA A NOTÍCIA
Seis pessoas foram presas ontem pela manhã. À tarde, a justiça determinou a prisão de mais sete acusados de envolvimento com o esquema que causou prejuízo milionário aos cofres do município. Dois advogados estavam foragidos até ontem à noite.
Da temporária à preventiva
O promotor Ygor Pereira, que comandou a operação, disse aos jornalistas que os desvios teriam acontecido entre os anos de 2010 e 2012. Parte dos presos ontem obtivera liberdade no último sábado, graças a um habeas corpus, após passarem alguns dias na cadeia sob prisão temporária. Ontem, a Justiça decretou nova prisão, agora preventiva.
Fonte: O POVO