Zoológico de Canindé espécies em extinção no País

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O Zoológico de São Francisco, localizado no Município de Canindé, cidade franciscana distante 126Km de Fortaleza, tornou-se referência nacional em reprodução de animais em extinção. A expectativa do veterinário Henrique Weber é com o acasalamento de um casal de onça pintada. O macho veio de João Pessoa, na Paraíba, e é chamado de Baré. A fêmea, da mesma espécie, foi batizada de Luluca e veio do Mato Grosso do Sul.

Eles já estão em processo de acasalamento e, para o responsável, agora é uma questão de dias para que os animais entrem no cio e assim aconteça a procriação, um fato inédito para o Estado do Ceará.

Os animais têm nome popular de onça pintada ou jaguar, e o nome científico é Panthera Onça. Na distribuição geográfica, localiza-se nas planícies costeiras do México até o Norte da Argentina. Seu habitat natural se concentra na Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos. Alimentam-se de veados, capivaras, catetos, pacas, dentre outros mamíferos de pequeno porte, além de peixes.

De acordo com Henrique Weber, a reprodução acontece entre um e quatro filhotes, após 90 e 110 dias de gestação. Também está na relação dos animais em extinção no planeta. O casal que se encontra no zoológico de Canindé apresenta idades variadas. A fêmea tem cinco anos. Já o macho completou sete. Eles comem, em média, três quilos de alimentos por dia.

"Estamos satisfeitos com o sucesso do projeto, porque todos os animais que chegam para acasalamento estão se adaptando muito bem", frisa o veterinário. No zoológico de Canindé existem 56 espécies divididas em 400 animais. O consumo diário de alimentação de carne chega a média de 50 quilos, além de banana, melancia, mamão, girassol, gengibre, queijo, mel, maça, pera, uva, dentre outros produtos. Para alguns animais, grilos, baratinhas são selecionadas como ração animal e entram no cardápio.

Jaguatirica

No Zoológico de São Francisco das Chagas, um casal de Jaguatirica, espécie que se encontra na lista dos animais ameaçados de extinção, foi o primeiro filhote a nascer em cativeiro no criatório.

"A reintrodução seguiu todas as exigências do Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis (Ibama) e já estão adaptados ao clima da região, mas que deverão seguir para uma Organização Não Governamental em São Paulo ou para um zoológico nas Filipinas", explica Weber.

Os animais já passam por monitoramento de rotina, para depois seguirem viagem para sua nova morada. "Nosso trabalho de reintrodução dos bichos na natureza é parte de um projeto da Paróquia de São Francisco, que tem neste zoológico um carinho e respeito muito grande com a vida animal. Aqui ninguém fala outra língua a não ser a dos animais que habitam este espaço, com toda uma estrutura necessária para eles", frisou.

O nome popular dos pais é Jaguatirica ou Gato do Mato Grande, que cientificamente é chamado de Leopardo Paradalis. Sua distribuição geográfica acontece no sudoeste do Texas, Oeste do México e Norte da Argentina, por onde entra no Brasil, se espalhando por todo continente da América do Sul.

Sua reprodução é de um a quatro filhotes, após 70 a 85 dias de gestação. Alimenta-se de pequenos vertebrados, como roedores, marsupiais, aves, lagartos e serpentes. Come um quilo de alimento por dia em média. O pai dos filhotes está há três anos no zoológico e a mãe há um ano.

A experiência é tão positiva que o veterinário já começa a preparar para um acasalamento um casal de ursos que se encontram na cidade de Canindé, após serem trazidos para o local em estado crítico.

O urso Dimas, que chegou à sua nova morada sem unhas e dentes e debilitado devido aos maus-tratos, depois de ser abandonado na BR-22 - no Município de Sobral no dia 15 de outubro de 2008 pelo Circo Europeu -, já está adaptado ao sistema desenvolvido pela equipe de Henrique e faz parte do projeto de reprodução da espécie, um caso inédito para a região.

Origem


Originário da América do Norte, Ásia e Europa, o urso está com uma idade média de 11 anos e pode viver 50 anos, pesa hoje 300 quilos e mede dois metros e dois centímetros. Dimas come de tudo. Mas para fortalecer sua estrutura física, alimenta-se de queijo, mel, ovos, cenoura, beterraba, maça, banana, mamão, couve, carne e ração. Ele come em média, por dia, 20 quilos de alimentos.

Sua namorada atende pelo nome de Kátia e veio para Canindé depois de ser tirada de um circo no Município de Quatipuru, no Pará, e ainda encontra-se em uma cela separada do Dimas. "Isso é uma questão de paciência, estamos realizando todos os procedimentos e em um curto espaço de tempo iremos fazer esse acasalamento", avisa ele.

Kátia está recebendo o mesmo tratamento do Dimas, se alimenta do mesmo cardápio e reveza com seu futuro marido o espaço de lazer construído especialmente para os dois. "Nosso trabalho aqui é buscar essa reprodução para garantirmos a preservação desses animais", explicou o veterinário.

Fonte: Dn
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