Cabeças encolhidas
Saudações atormentados e atormentadas, hoje trago a vocês mais um material, que não deixa de ser relacionado ao assunto de mumificações. Quem acessa o Noite Sinistra com certa frequência, sabe da minha paixão por múmias. O texto de hoje fala um pouco sobre as lendárias cabeças encolhidas e ao final poderemos apreciar uma pequena galeria de imagens. Espero que aproveitem...
A pratica de encolher cabeças é um costume associado em certas culturas tribais. Essas tribos geralmente habitam a região do Amazonas, África e ilhas isoladas do Pacifico. É costume desses povos preservar os crânios de seus inimigos e usa-los como talismãs ou troféu de guerra, em outros casos, o encolhimento de cabeças representa apenas um ritual de mumificação, para preservar o corpo, ou pelo menos parte dele, de seus entes queridos, na esperança de possam mesmo após a morte, estes ainda se tornem símbolos de proteção de uma tribo, clã ou família.
A técnica utilizada pelos indígenas Shuaras, um grupo étnico que habita uma faixa da floresta Amazônica entre o Peru e Equador e conhecidos como encolhedores de cabeças, consiste em diversas etapas. A cabeça é retirada do corpo na altura do tronco, em seguida é feito um corte na parte na parte traseira da cabeça, por onde são retirados os ossos e separada a carne da pele. Uma vez limpo o couro, este é fervido em água quente com taninos, uma substancia extraído do quebracho, uma planta usada para curtir peles, após a pele ser curtida, é posta para secar com pedras quentes, que são introduzidas em seu interior, e para que não haja deformação, os nativos Shuaras usam uma espécie de clipe de palmeira para manter a boca fechada. O clipe também é aplicado nas orelhas. Todo o processo leva seis dias para ser concluído e no ultimo dia é celebrado do final dos trabalhos com festa com uma festa ritual chamada Tzantza.
Em Papua-Nova Guiné, o resultado do encolhimento de cabeças esta associada ao desejo de preservar o corpo de seus entes queridos e para isto usa-se o processo de defumação após a retirada dos ossos da cabeça.
A situação na América do sul:
Os jivaros são um grupo indígena que habita o Equador e parte do território peruano. São conhecidos por seu espírito guerreiro, e mais especificamente por terem desenvolvido (e aplicado), com indiscutível talento a técnica de encolher a cabeça de seus inimigos. Segundo algumas fontes, ao cortar e reduzir a cabeça do adversário, os jivaros estariam se assegurando de que o espírito deste não voltaria para se vingar. Eles próprios explicam que isso é lenda, o verdadeiro objetivo teria a ver com questões práticas e nada esotéricas. Porém, seja qual forem os motivos, a questão é que as cabeças existem, e apesar de hoje tratar-se de um procedimento em desuso (ao menos com cabeças humanas), é possível ver algumas delas espalhadas em museus por aí. A proibição se deu por conta de que muitos turistas passaram a comprar as cabeças, como se fossem um tipo de "lembrança", assim as autoridades proibiram a prática, pelo menos aqui na América do sul, até onde eu averiguei, com medo que esse comércio fosse desencadear mortes, visando a confecção das pequenas cabeças. A lei proíbe a "fabricação" das cabeças, mas não regulamente o comércio das cabeças que já existem.
Hoje em dia podemos encontrar réplicas, feitas de pano, palha e com couro e pêlos de animais. Há quem diga que existe um mercado negro especializado em cabeças legítimas, eu não vou duvidar, pois o ser humano já provou ser capaz de loucuras para conseguir dinheiro.
Abaixo podemos ver uma pequena galeria de fotos de cabeças encolhidas:
Fonte principal: Goosebumpsbr.
Fonte:noitesinistra.blogspot.com.br