Segundo o chefe da diplomacia americana, no entanto, a principal preocupação no momento é com a Turquia, país -membro da Otan e vizinho da Síria, cuja fronteira já foi atingida por disparos de tropas de Assad. Baterias antimísseis Patriot estão posicionadas em território turco para repelir qualquer ataque.
O secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, declarou que a aliança atlântica está extremamente preocupada com o emprego de mísseis balísticos na Síria e com o possível uso de armas químicas. Segundo ele, a Otan está preparada para garantir a segurança de seus países-membros.
Na manhã de hoje, durante uma conferência de segurança em Israel, o general de brigada Itai Brun, principal analista de inteligência militar do Exército israelense, disse que o regime sírio teria usado armas químicas - provavelmente gás sarin - contra rebeldes. Na segunda-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hegel, em visita a Tel-Aviv, disse que as agências de inteligência americanas ainda estão avaliando se houve o uso dessas armas.
"Conforme nosso melhor entendimento, houve o uso de armas químicas letais", disse Brun. "Quais armas químicas? Provavelmente sarin." Segundo ele, essa suspeita é amparada por fotos de vítimas espumando pela boca e com pupilas contraídas.
No mês passado, governo e rebeldes da Síria se acusaram mutuamente de usar armas químicas perto de Alepo. Na ocasião, 17 pessoas morreram. Uma comissão da ONU foi enviada para investigar o caso.
Ajuda. No encontro em Bruxelas, Kerry disse também que Washington está analisando cada opção que possa encerrar a violência e conduzir a uma transição política. De acordo com ele, é preciso formular os planos agora para assegurar que não haja vácuo de poder quando o novo governo assumir e é necessário aumentar a ajuda aos rebeldes.
"Eu quero pedir a todos os seus governos que elevem o auxílio material e político à coalizão e ao o conselho militar, que compartilha nossa visão sobre o futuro da Síria, e assegurar que toda a assistência seja dirigida para eles", declarou Kerry. No domingo, o secretário de Estado anunciou que os Estados Unidos dobrariam sua assistência não letal à oposição síria, que poderia incluir materiais de defesa militar pela primeira vez.
Estadão