Sete municípios cearenses foram vistoriados pela CGU em 2012: Groaíras, Hidrolândia, Itatira, Jaguaribara, Pacoti, Sobral e Tejuçuoca. Cruzando dados do Cadastro Único do Governo e da Relação Anual de Informações Sociais, foram identificadas no Ceará ao menos 765 famílias no programa com renda que pode estar acima do máximo permitido - meio salário mínimo, R$ 339. A relação inclui servidores públicos e aposentados.
Alguns casos chamam atenção: em Itatira, foi encontrado beneficiário dono de imóvel duplex equipado. Em Hidrolândia, proprietária de empresa que venceu licitações da Prefeitura recebeu R$ 3,69 mil do Bolsa Família entre 2011 e 2012. Já em Tejuçuoca, uma das famílias beneficiadas possuía renda de R$ 1,49 mil.
Também foram apontadas irregularidades como ausência de frequência escolar ou inexistência de órgãos locais de controle. A CGU afirma que o índice de falhas no programa é baixo, “consideradas a complexidade e capilaridade” do programa, que atende 13 milhões de famílias.
A CGU afirma ainda que foram comprovadas irregularidades em apenas 278 das 11.686 famílias que visitou (2,4%) no País - com medidas de correição obedecidas em 89,3% dos casos. O órgão não inclui no balanço 3.463 (29,6%) famílias cuja situação de irregularidade foi classificada como “impossível avaliar” ou 782 (6,7%) com “indícios” de renda superior.
Fonte: O Povo