Uso do dinheiro público nas obras gera protestos nas cidades-sedes da Copa das Confederações
Há quase seis anos o País comemorou o anúncio da Copa do Mundo em 2014. Vendido como evento da iniciativa privada, sem o uso do dinheiro público para a construção dos estádios, hoje é possível perceber que a promessa não se concretizou. A primeira reportagem da série O preço da Copa, que tem início nesta segunda-feira (24) no Jornal da Record, mostra a indignação do povo e de atletas com os gastos no Maracanã.
O governo federal vai deixar de arrecadar verdadeiras fortunas com o Mundial. Só a Fifa vai deixar de pagar R$ 559 milhões em impostos. As construtoras das arenas ganharam um incentivo fiscal de R$ 329 milhões. Além disso, as outras obras ligadas ao projeto da Copa somam R$ 189 de impostos que não serão pagos.
Por conta das obras para a Copa das Confederações, o estádio de atletismo que ficava ao lado do Maracanã virou estacionamento para revolta do ex-atleta Robson Caetano.
— Ele é o símbolo de uma nova geração nas provas de velocidade porque dali surgiram eu, Norberto, Robson Maia, Romeu Emídio, vários outros atletas e a história desse estádio mostra o seguinte que João Carlos de Oliveira saltou ali.
A três anos de sediar as olimpíadas, a cidade está perdendo outro importante centro de treinamento, o complexo aquático, como relata a atleta Juliana Veloso.
— O principal centro de treinamento do Brasil vai ser destruído na cidade sede dos Jogos Olímpicos? Não dá muito pra entender.
Estádios foram construídos e reformados: seis deles já estão prontos e os outros seis ainda precisam ser entregues até janeiro do ano que vem. Tudo isso a valores altíssimos. Somados eles vão custar até R$ 7,5 bilhões. O próprio ministro do Esporte Aldo Rebelo reconheceu que os financiamentos são com dinheiro público.
Nesta terça (25), na continuação de O preço da Copa, você vai ver que o maior beneficiário por tudo que foi investido na reforma do Maracanã não será o torcedor. Acompanhe detalhes deste gol contra do governador Sérgio Cabral. Em uma licitação sob suspeita, o Estado do Rio de Janeiro deu à empresa do bilionário Eike Batista o direito de explorar um dos maiores templos do futebol pelos próximos 30 anos.
Confira a seguir o primeiro capítulo da série exibida pelo Jornal da Record:
Fonte: R7 / Sobral 24 horas