A candidata que entrou em trabalho de parto durante a aplicação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em Teresina (PI), já tem uma certeza: vai buscar seus direitos para realizar novamente o teste. Para isso, Elane da Silva, 20 anos, fez questão de enviar uma mensagem para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante conversa com o Terra nesta segunda-feira.
“Ministro, peço ao senhor que me dê oportunidade de realizar novamente a prova do Enem. Tenho um sonho de entrar na universidade e somente pelo Enem terei condições de ter um curso superior", disse a estudante.
Ela conta que por volta das 12h30 (Piauí está fora do horário de verão) pediu ao fiscal para ir ao banheiro. "Quando cheguei lá vi que a bolsa tinha rompido e começai a ficar mais nervosa. Fui até a coordenação e comuniquei que iria dar à luz", lembrou a estudante.
A coordenação chamou a ambulância do Samu. Ela se queixa que o socorro demorou e apreensiva resolveu ir com o marido, que ainda se encontrava no portão do colégio onde acontecia o teste.
Eles seguiram para o hospital do Buenos Aires, mas não havia vaga e tiveram que sair às pressas para a maternidade do Promorar.Por volta das 3h50 do domingo, nasceu Luna Kimberly da Silva, com 3,160 quilos. "Graças a Deus deu tudo certo com a minha filha e ela está bem".
Era a segunda vez que a candidata tentava uma vaga no exame nacional para os cursos de Administração ou Biblioteconomia. “Quero ter a chance novamente de fazer o Enem”, ressaltou Elane que não trabalha e mora com a sogra no bairro São Joaquim, zona norte de Teresina.
O marido da estudante, Antônio Paulo da Silva, 30 anos, formado em Física, destacou que o sonho de Elane é ir para uma universidade. “Não sabemos direito como proceder, mas vamos buscar seus direitos”, disse Paulo da Silva. Ele conta que vinha dando apoio a ela nas questões de exatas e crê que ela conquistará uma vaga.
Na noite de domingo, durante entrevista para fazer um balanço das provas do Enem, o ministro Aloizio Mercadante citou o caso de Elane e disse que a jovem tem direito a fazer a mesma prova que será aplicada em novembro para detentos.
De acordo com a assessoria do MEC, para isso ela precisa apenas registrar o interesse junto ao Instituto Naiconal de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelo exame.
Fonte: Terra