Com arrastões e esfaqueamento, Movimento LGBT questiona PM na Parada Gay de CG; OAB emite nota

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Jovem esfaqueado durante percursoJovem esfaqueado durante percurso
O Movimento LGBT e a Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Paraíba, estão vindo a público nesta terça-feira (03) para denunciar o que consideram um descaso da Segurança Pública durante a Parada Gay de Campina Grande realizada no domingo (01). “Foi uma experiência péssima”, afirmou Renan Palmeira presidente do Movimento do Espírito Lilás (MEL) de João Pessoa. “Não houve nenhum esquema de segurança, ficamos a mercê dos marginais que se encontravam”, desabafou Palmeira.
O percurso da Parada Gay iria do Parque da Criança até o Parque do Povo. “O caminho era muito escuro, com os postes sem luzes. Passamos algumas horas em situações bem problemáticas”, explicou o ativista que revelou que muitos chegaram a abandonar a Parada que terminou bastante esvaziada, devido a falta de segurança.
Segundo Renan, era a 15ª parada de Campina Grande e vários participantes foram em caravana de João Pessoa para apoiar o movimento feito na ‘Rainha da Borborema’. Palmeira garante que a organização da Parada de Campina solicitou policiamento no evento ao coronel Souza Neto, comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar. “Porém não teve policiamento, nem esquema de segurança. Teve uma viatura que ficou muito distante e quatro policiais que passaram com bicicleta”, reclama.
Palmeira explicou que a parada de Campina não é muito grande e durante o percurso foi tomada por vários vândalos. “Teve arrastões feitos por gangues infiltradas, onde os bandidos pegavam câmeras, bolsa, carteira. Teve um momento que eu reagi e o assaltante, que tinha uma faca, saiu correndo atrás de mim. Não fui esfaqueado porque entrei dentro do trio”, contou o ex-candidato a prefeito de João Pessoa pelo PSOL em 2012.
Já um dos gerentes da Secretaria Estadual da Mulher e Diversidade Humana, Vitor Pilar, não teve a mesma sorte e acabou sendo esfaqueado pelas costas. Outro que sofreu também com a violência foi Adeilson Félix, que faz parte da coordenadoria municipal LGBT de João Pessoa. Félix foi roubado e agredido.
Nesta terça, a comissão da OAB do direito da diversidade sexual e homoafetivo, juntamente com o Movimento LGBT de Campina, convocaram uma coletiva para dar mais detalhes sobre o ocorrido. A OAB também deve lançar uma nota de repúdio ao que aconteceu.
Reunião com Souza Neto – A coordenadoria do evento em Campina Grande, garante que fez reunião com o comandante Souza Neto para solicitar policiamento. A informação também é confirmada pela OAB-PB.
"O movimento tem comprovação, segunda via de ofícios que oficiou ao Estado, à Secretaria de Segurança solicitando policiamento específico da parada no dia 21 de novembro e não havia policiamento. Havia quatro policiais, três soldados e uma soldada apenas, e próximo ao Açude Novo tinha uma viatura parada", contou José Batista de Melo Neto, presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Direito Homoafetivo da OAB.
Neto conta que foi no Açude Novo que um cidadão sacou uma arma de fogo e colocou na cabeça do motorista. "A Polícia foi acionada, mas o soldado disse que não podia fazer nada porque o homem possuía porte de arma. Tivemos assaltos, agressões físicas, gente que levou murro na parada. Várias pessoas foram assaltadas. Constatamos que a Secretaria de Segurança Pública decidiu que não iria fazer a segurança na parada", denuncia o advogado.
Hoje ainda a OAB irá emitir nota de repúdio pelo que considerou a omissão deliberada da Secretaria de Segurança. Também será feita uma nota de apoio as pessoas que participaram da parada e sofreram agressões. "Vamos juntar cópia do ofício que foi encaminhado a secretaria de segurança", finalizou Neto.

Paulo Dantas
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