GUERRA: Sírios em fuga flagrados em Fortaleza

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Para escapar da guerra civil, família de 11 sírios incluiu Ceará na rota de fuga para Europa. Mas, com passaportes falsos, grupo foi flagrado no Aeroporto
Família caminha por destroços da guerra na Síria: 130 mil mortos
A tentativa de uma família da Síria de fugir da guerra civil de seu país, a todo custo e por um caminho muito mais longo e demorado, acabou interrompida em solo cearense. Onze cidadãos sírios - todos seriam da mesma família - foram descobertos no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, tentando embarcar com passaportes falsos da Romênia indo para Portugal.

Na fila da inspeção pelos agentes federais, acabaram chamando atenção pelos diálogos em árabe e por portarem apenas bagagem de mão. Todos foram levados para a sede da Polícia Federal no Ceará. O flagrante aconteceu por volta das 22 horas da última sexta-feira, 10, mas até a noite de ontem não havia sido divulgada pela Superintendência Regional da PF.

O POVO apurou que entre os 11 sírios há um casal de adultos, que seriam pais de pelo menos três crianças (duas delas irmãos gêmeos, com provavelmente até quatro anos, e uma um pouco maior). Há também um casal de idosos, com mais de 60 anos, pelo menos mais um adulto abaixo dos 30 anos e o restante seriam também jovens - incluindo adolescentes.

No momento do flagrante, e diante da questão humanitária pelo país em guerra, houve dúvidas inclusive sobre como registrar a ocorrência. Se seriam autuados pela documentação falsa - e logo presos na carceragem - ou apenas recolhidos nas instalações da Polícia Federal por não terem onde se abrigar em Fortaleza. Nem se seriam deportados o mais breve possível. Não chegaram a receber voz de prisão. A guerra civil na Síria já dura três anos e causou mais de 130 mil mortes.

Saída pela Turquia
Conforme O POVO apurou, não ficou claro às autoridades brasileiras por que o roteiro de fuga incluiu Fortaleza e a família retornaria à Europa. A saída do próprio território teria sido pela Turquia, que é país europeu e faz fronteira com a própria Síria. De lá, não foi informado se o grupo partiu diretamente para o Brasil ou se antes viajou para outro país. Não se sabe onde obtiveram os passaportes romenos.

O primeiro desembarque em solo brasileiro teria sido no Rio de Janeiro, no dia 3. E lá os 11 teriam permanecido por pelo menos uma semana. Até viajarem para Fortaleza na última sexta-feira. Os sírios chegaram a tentar voo para a Europa pela companhia Air Italy, mas não havia vagas. Já estavam com as passagens da companhia TAP ao serem descobertos.

Na TAP, a informação apurada foi que “uns oito a dez passageiros” não embarcaram no voo da noite de sexta para sábado - mas os funcionários nem souberam o motivo. As questões de deportação - quando o estrangeiro é devolvido ao exterior por entrada irregular no Brasil - são tratadas pelo Ministério da Justiça, em Brasília. A diretoria geral da Polícia Federal, via assessoria de imprensa, recomendou que o caso fosse tratado com a Superintendência da PF no Ceará. O POVO pediu informações no fim da manhã de ontem, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.
Fonte: O Povo
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