Trata-se do bloco de países emergentes de grande porte (“países-baleias”) que se vêm articulando desde 2009 para a construção de uma alternativa ao padrão neoliberal de desenvolvimento e de uma atuação internacional não submetida às imposições geopolíticas dos países capitalistas centrais, capitaneados pelos EUA. Sua aposta é no desenvolvimento sustentável, com inclusão social. As presenças mais aguardadas são as dos presidentes Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia.
Os Brics querem ter voz própria e favorecer a multipolaridade no mundo, impedindo que apenas um grupo de superpotências defina os rumos do planeta. Neste encontro de Fortaleza será criado o Banco dos Brics (uma espécie de novo Banco Mundial) e assinado um Acordo Contingente de Reservas (uma espécie de FMI dos Brics). Com isso, terão instrumentos concretos para cooperarem entre si e atuarem conjuntamente na cena mundial.
A iniciativa contraria o esquema mundialmente hegemônico, daí a “queimação” e o preconceito contra o evento. Certo, o surgimento desse contraponto internacional tem dificuldades iniciais para instituir os instrumentos requeridos para uma ação comum efetiva. Mas, isso faz parte do processo. O desafio das sociedades não é tanto o crescimento exclusivo da economia (como defendem os neoliberais), mas, crescer incluindo suas populações, e não apenas concentrando a riqueza nas mãos de poucos.
Fonte: Sobral em Revista