O caso aconteceu no dia 2 de agosto de 2014 e só agora as imagens foram divulgadas
Um vídeo divulgado pela revista “Veja” no último sábado (10) mostra a ação de policiais militares durante uma perseguição em Nilópolis, Rio de Janeiro. No vídeo, os PMs estão à procura de quatro homens suspeitos que passaram pelo local em um carro da marca Hyundai HB20 e comentaram que aquele seria o veículo que estariam fazendo roubos pelo local e iniciaram a perseguição.
Pouco tempo depois após a perseguição começar, o policial Márcio José Watterlor Alves coloca o corpo para fora da viatura e dispara sete tiros. Mesmo com os pedidos de calma por parte do companheiro, ainda são disparados mais dois tiros. Como justificativa, os policiais alegaram que o motorista era um homem pois estava de boné
Em seguida, o HB20 para e os policiais descem aos berros. “Desce do carro. Desembarca todo mundo do carro”, falaram. No mesmo instante, começam os gritos de socorro de dentro do veiculo. “Acertaram aqui, acertaram ela. Pelo amor de Deus”, avisa uma das amigas de Haíssa. A jovem, baleada nas costas, é levada para o hospital, e duas das passageiras fazem o trajeto no banco de trás da viatura. No caminho, enquanto uma delas chora, um dos policiais repreendem a ação das meninas: “Vamos manter a calma, gente. Tá complicado”. A mulher pede desculpas, e o PM completa: “Por quê não pararam? C…, vidro aberto. Não, não justifica ter dado tiro, tá bom? Não justifica”.
Haissa Vargas Motta, de 22 anos, chegou a ser socorrida |
O caso aconteceu no dia 2 de agosto de 2014 e só agora as imagens foram divulgadas. Haissa Vargas Motta, de 22 anos, chegou a ser socorrida para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Na certidão de óbito, consta hemorragia interna por ferimento penetrante no tórax, com lesão no pulmão direito.
Ao G1 Rio de Janeiro, uma das amigas de Haissa, que preferiu não se identificar, afirmou que os policiais atiraram sem motivo. “Não sinalizaram nada, não piscaram farol, não fizeram barulho de nada. Eles simplesmente surgiram e alvejaram a gente. Eles atiraram pra matar. Não foi pra advertir, pra chamar atenção. Como que a polícia atira mais de 10 vezes com fuzil em cima de um carro sem saber quem são?”, questionou.
Ainda segundo a “Veja”, o policial Márcio José foi indiciado pelo crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ainda de acordo com a revista, este foi o terceiro caso de auto de resistência envolvendo o agente desde 2010, após concluir o curso de formação da corporação.
Confira vídeo:
Fonte: IBahia