Há planos para uma reforma, mas não há data para execução. O novo projeto deve reaproveitar a antiga estrutura, e é assinado pelos mesmos arquitetos Antônio Carlos Campelo, Nelson Serra e Neves e Aida Montenegro, com a colaboração de Samuel Gouveia.
O município permanece há seis anos sem o equipamento, que foi inaugurado em 2005 com um acervo de 100 peças e 60 artistas, todas provenientes de doações. Em 2009, o local foi inundado pela enchente do Rio Acaraú. A Assessoria de Imprensa da pasta aponta que o desastre danificou de modo irreparável todo o seu sistema elétrico, de refrigeração e de iluminação, arrasou todas as vedações externas em vidro, destruiu todo o seu sistema de arquivos. Somente a estrutura em concreto resistiu às águas.
Conforme as informações cedidas, somente após a conclusão da construção do Açude Taquara, que impedirá a ocorrência de nova cheia no Rio Acaraú, será possível desenvolver ações para a recuperação do prédio do museu. A coordenação dos trabalhos deve ser feita pelo curador do Madi, Roberto Galvão.
Dentre as melhorias que serão implantadas, a assessoria da Secretaria aponta a criação de mais um pavimento para a área de exposições; instalação de um amplo espaço para o desenvolvimento de ações educativas e uma nova área para projetos socioeducacionais. Já as áreas administrativas, laboratórios e reserva técnica serão implantadas na Escola de Cultura, Comunicação, Ofícios e Artes, que funciona próxima ao prédio do museu. Segundo o curador, cerca de 70% das obras estão expostas na Casa de Cultura de Sobral, enquanto as outras passam por um processo de manutenção.
O curador, Roberto Galvão, se diz animado com o início das obras de reforma, apesar do projeto ainda estar em processo de licitação. “É uma espera ansiosa até o início das obras, pois o Madi foi um marco na cidade, com destaque em nível nacional. A expectativa é que, durante este semestre, as obras possam realmente iniciar, e logo tenhamos o prédio de volta, melhor do que era antes”, explica.
Para os moradores da cidade, apesar da demora, a espera do novo espaço reformado deve valer a pena. Para a universitária Nara Ripardo, a falta do equipamento é uma perda para o município. “Em uma cidade cultural como Sobral, um dos principais museus se encontrar fechado é muito ruim. Moro aqui desde 2014, e só vejo partes da exposição na casa da cultura”.
Origem
O Movimento Madi começou com a publicação da revista Arturo, em 1944, criado pelo uruguaio Carmelo Arden Quin, que declarava compromisso com uma arte desprovida de intenções representativas e livre de qualquer determinismo ou justificação.
O nome Madi não tem origem definida e os estudiosos apontam como uma delas as letras tiradas do nome do próprio artista. Outra teoria é que o significado das letras seriam M de Movimento, A de Abstração, D de Dimensão, e I de Imaginação.
Em sua primeira exposição, o artista usou formas quadradas e retangulares, depois, a sistematização de formas poligonais com cortes irregulares.
No Movimento Madi, os artistas utilizam a liberdade dos movimentos de vanguarda europeus como Dadaísmo e Neoplaticismo e começou com cerca de dez participante. Nos últimos 50 anos, o movimento se manteve ininterrupto no mundo.
Fonte: Diário do Nordeste