O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, deixou claro estar aborrecido com a atitude do atacante Alexandre Pato, que entrou na Justiça contra o clube, com a intenção de rescindir contrato, alegando falta de pagamento há dez meses. Entretanto, o dirigente assegura que, caso o atleta seja derrotado nos tribunais, vai esperá-lo no Parque São Jorge em dezembro, quando encerra seu vínculo de empréstimo com o São Paulo. As ações dos dois lados azedaram o relacionamento.
“Ele ainda é nosso atleta. Se em dezembro não tiver interesse de ninguém, com ou sem ambiente, ele vai se apresentar ao Corinthians”, disse o dirigente, que ressaltou que o Corinthians não deve mais nada a Pato, embora o processo continue. “Vamos esperar para ver o que a justiça vai decidir. Está tudo pago. Acho normal ele procurar os direitos dele, até porque, se não procurar, não sou eu que farei isso”, ironizou o dirigente, que criticou a atitude do atacante.
Para o presidente, uma conversa talvez pudesse resolver a situação. “Eu não penso com a cabeça dele, mas não acho que ele esteja fazendo isso para pressionar. Ele é um funcionário, adulto, e acredito que bastaria sentarmos e conversar para que tudo se ajeite. Não é por esse caminho que se resolvem as coisas. Pelo contrário, assim fica mais difícil de se resolver”.
Pato foi contratado em 2013 pelo Corinthians por R$ 40 milhões. Ele estava no Milan. Sem sucesso, acabou sendo emprestado ao São Paulo, que paga metade de seu salário. Os representantes do atleta asseguram que já receberam algumas ofertas e esperam apenas o desfecho do caso para definir o futuro do jogador. Nos bastidores, existe a especulação de que o atleta esteja fazendo isso para tentar se desvincular do Corinthians de graça e assinar com o São Paulo, onde se diz feliz. Entretanto, a tendência é que ele, caso consiga a liberação, vá para o futebol europeu.
Roberto de Andrade nega que a contratação de Alexandre Pato cause arrependimento no Corinthians. “Quando fizemos a contratação, não sabíamos que não iria dar certo. Se soubéssemos, aí sim estaríamos arrependidos. Isso faz parte do futebol. Trouxemos jogadores que ninguém esperava nada, nem nós, e acabaram se tornando muito importantes. Futebol é assim, é um acerta e erra constante. Só erra quem faz, quem não faz, não tem nem que falar nada.”
Estadão