Duas rebeliões na tarde de ontem resultaram em fuga, reféns e destruição de dois centros educacionais
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Viaturas da Polícia Militar chegam ao Centro Socioeducativo Passaré para conter rebelião
Onze adolescentes fugiram do Centro Educacional Patativa do Assaré, no Ancuri, depois de realizarem um motim e fazer pelo menos três funcionários reféns na unidade. O caso ocorreu na tarde de ontem, por volta das 16 horas, no mesmo horário em que foi registrada uma segunda rebelião, no Centro Socioeducativo Passaré.
Segundo o titular da 5ª Vara da Infância e da Juventude, juiz Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, na ação do Patativa, onze adolescentes fugiram e um foi recapturado em seguida. Dez continuam foragidos. O juiz explica que não há superlotação na unidade, que abriga 60 adolescentes, e a motivação da rebelião seria a fuga. Ainda conforme o magistrado, eles fugiram serrando grades e agrediram os orientadores.
Já no Centro Socioeducativo Passaré, o juiz explica que não teve fuga ou grades serradas. No entanto, houve a destruição parcial da unidade. “Não teve agressões. O perfil desse centro é diferente, pois está com jovens que praticaram atos infracionais de menor gravidade, entre 12 e 15 anos”, explica. A rebelião teria ocorrido devido à superlotação. Já que o centro abriga mais de 200 jovens e tem capacidade para 90.
Ações orquestradas
O magistrado não descarta a possibilidade de que os dois motins possam ter ligação. “Na história das rebeliões, nunca teve um evento de duas rebeliões ao mesmo tempo. Dá a impressão de que pode ter sido combinado entre as duas unidades, que foi orquestrada, apesar das motivações visivelmente diferentes”, relatou.
O juiz alerta que após a interdição de alguns centros, o São Miguel e o São Francisco ficaram superlotados e também oferecem risco de rebeliões e fugas.
Fonte: O Povo