Os métodos de abate relatados são perturbadores. Eles incluem golpes violentos na cabeça dos animais com varas de metal ou madeira, execuções com cortes de machado e, ainda mais alarmante, o abate de vacas prenhas. Essas práticas estão em desacordo com as leis de proteção animal e com os procedimentos recomendados pela lei do Abate Humanitário.
Em um dos abatedouros inspecionados pela MFA, os instrumentos utilizados para cortar animais eram limpos em um balde com água suja e reutilizados, sem passar por esterilização. Em outro, os corpos dos animais eram manipulados diretamente no chão imundo, e vísceras em decomposição foram encontradas no local de abate.
Além disso, nenhum dos matadouros vistoriados possui um inspetor de abate ou médicos veterinários, como previsto em lei. Os funcionários não utilizam Equipamento de Proteção Individual (EPI), e muitos chegam a aparecer de chinelo ou sem camisa nas gravações.
O ex-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Ceará, José Maria dos Santos Filho, alerta que o consumo de carnes abatidas em locais que não seguem as normas de vigilância sanitária pode ocasionar até 200 doenças através da ingestão de toxinas, bactérias e vírus. Essa situação coloca não apenas os animais em risco, mas também a saúde pública da população local.
Fonte: Sistema Paraíso