O Sindicato dos Médicos enviou um ofício na última terça-feira (26) à direção da Fundação Leandro Bezerra de Menezes (FLBM) e à Secretária de Saúde do Município de Sobral, Letícia Reichel dos Santos, solicitando esclarecimentos sobre a situação dos médicos que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobral, sob a gestão da FLBM.
Segundo relatos recebidos pela entidade, os médicos estão enfrentando atrasos salariais desde janeiro de 2024, sem qualquer previsão para a regularização desta situação. O pagamento referente ao mês de janeiro deveria ter sido realizado até o dia 10 de março, mas até o momento, os médicos não receberam qualquer remuneração e não obtiveram esclarecimentos sobre o atraso.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Max Ventura, reforçou que é inadmissível que os profissionais de saúde sejam submetidos a essa prática prejudicial de não recebimento pontual de seus salários. Ele destacou que a situação é insustentável e causa sérios prejuízos à classe médica, afetando diretamente a qualidade e a continuidade dos serviços prestados à população.
Os médicos relataram que estão trabalhando em condições precárias, com a unidade constantemente lotada, falta de medicamentos básicos e ausência de segurança adequada. Além disso, a sobrecarga de trabalho é evidente, com mais de 200 atendimentos por plantão de 12 horas, sendo que há apenas dois médicos “flex” nas escalas.
A entidade também expressou preocupação com o sistema de prescrição, que tem apresentado problemas recorrentes, como lentidão e travamentos, impactando ainda mais a eficiência dos atendimentos e contribuindo para o agravamento da situação.
O Sindicato dos Médicos esclareceu que, de acordo com o art. 67, da Lei 8.666/1993 (Lei de licitações), a Administração Pública tem o dever de acompanhar e fiscalizar a execução de seus contratos. Assim, o pagamento da remuneração destes médicos tem sua origem monetária proveniente das finanças públicas, mesmo que de forma indireta. A Fundação Leandro Bezerra de Menezes exerce o papel de administradora, limitando-se a fazer repasses aos profissionais médicos dos valores concedidos pela administração pública.
Diante do exposto, a entidade solicitou à SMS de Sobral e à FLBM que adotem as medidas necessárias para solucionar esta situação. Salientou ainda a importância de uma pronta intervenção para evitar maiores prejuízos tanto aos profissionais da saúde quanto à população usuária dos serviços médicos.
O Sindicato dos Médicos se colocou à disposição para colaborar na resolução deste impasse e reafirmou seu compromisso com a categoria, prestando suporte e agindo para que os profissionais recebam seus pagamentos em dia, garantindo a continuidade do atendimento à população.
Fonte: Sistema Paraíso